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70% do prejuízo da mastite sub-clínica está relacionado
à queda na produção de leite

"Não existe rebanho sem mastite"

"A mastite ou mamite é descrita como a inflamação da glândula mamária, geralmente causada por uma infecção da glândula mamária, na maioria das vezes causada por bactérias. A transmissão da doença se dá através de duas formas:de animal para animal, chamada de mastite contagiosa e a mastite ambiental em que os microorganismos ou as bactérias infectantes passam de um ambiente contaminado para o úbere de uma vaca sadia. Quanto à classificação a mastite pode ser clínica ou sub clínica". Esta introdução foi feita por Luís Fernando Laranja da Fonseca, professor do departamento de Produção Animal da Faculdade de Veterinária e Zootecnia da USP, ao alertar sobre a importância de o produtor saber diagnosticar o seu rebanho.

De acordo com Laranja, a mastite clínica é visível, caracterizada pela presença de alterações físicas no leite, como pus, grumo, sangue e leite aquoso; cujo instrumento utilizado para o diagnóstico é a caneca de fundo preto. Já a mastite sub-clínica, que não é perceptível através de uma inspeção visual, se caracteriza pelo aumento da contagem de células somáticas no leite. Para estes casos os testes são o CNT (teste da bandeja ou da raquete) ou um teste mais sofisticado, com a contagem eletrônica de células somáticas.

Laranja informa que não existe rebanho que não tenha mastite. Por isso, é necessário que o cooperado tenha uma referência aceitável da doença. Este índice, segundo o professor, deve girar em torno de 15%, para a mastite sub-clínica e 1% da mastite clínica; em contraposição à atual média do Brasil, que está em torno de 45% para a mastite sub clínica e 3% para a clínica.

Estratégia de Controle


O produtor que quiser reverter a situação da mastite no seu gado deve seguir as medidas propostas no Programa Integral de Controle de Mastite ou Programa dos Seis Pontos de Controle de Mastite.
São elas:

1. Tratamento de todas as vacas secas, com aplicação de antibióticos específicos.
2. Tratamento imediato de todos os casos clínicos
3. Bom funcionamento do equipamento de ordenha
4. Correto manejo da ordenha
5. Descarte/segregação das vacas com mastite crônica
6. Boa higiene e conforto na área de permanência dos animais.

O grande desafio para o produtor é implantar definitivamente este seis pontos, para que seja rotina em sua propriedade; dentre os quais Laranja considera como mais importantes a desinfecção dos tetos após a lavagem e o tratamento das vacas secas com antibióticos. "Isso envolve conhecimento do Programa, tradução da teoria para a prática e principalmente treinamento de mão-de-obra", afirma Laranja. Os prejuízos causados pela mastite são extremamente significativos.

"Devemos dedicar uma atenção especial aos prejuízos ocasionados pela queda na produção de leite, que por muitas vezes passa desapercebido por estar relacionado com a mastite sub-clínica", alerta o professor, mestrado em Ciência Animal pela Esalq, doutorado em reprodução animal pela Faculdade Veterinária da USP e Pós- Doutorado pela Universidade do Kentuckly, nos EUA. Os dados apontados são assustadores.

Existe uma estimativa que mostra que cerca de 70% do prejuízo da mastite está relacionado à queda na produção de leite; e o que é pior, muitas vezes passa desapercebido, pelo fato de a doença não ser visível a olho nu.



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